25 novembro 2009

Inconstância

O dia de hoje está cinzento. E eu como ele vegeto no meio da neblina matinal.
O sono repousou-me pouco e o frio tem vindo a entranhar-se nas minhas células, como se dele dependessem para resistir ao inverno.
Os terminais corporais já arrefeceram, dando do sinal físico de que efectivamente chegou o inverno - muito embra ele não tenha ainda começado.
Tento resistir às intempéries que o inverno provoca em mim e já por 3 anos consecutivos que consigo. Desejo cegamente que esta resistência se prolongue por muito tempo. Muito embora a incognita subsista, tenho a esperança de que o dia-a-dia se encarregue de me surpreender e me assista.

Olho novamente para fora da janela e o verde das planícies aparenta estar repleto de orvalho, ou não fosse a cacimba caída toda a madrugada e a geada que se continua a fazer sentir, como que caída directamente de um céu denso de nuvens brancas e cinzentas, perdidas no nevoeiro que se adensa ali à frente!
Recordo novamente o calor do meu dinossauro, em plena Stammheim, num dia igualzinho ao de hoje - com a diferença de que estava no mês de Março, a temperatura mais baixa e a companhia totalmente diferente.
Tenho saudades do meu modus vivendi; não tenho saudades das saudades que sentia do meu coração aquecido!
Assola-me várias vezes a ideia de regressar, mas as dúvidas são tamanhamente gigantes e dói-me a alma pensar na quantidade de coisas que gostaria de fazer e não faço; da quantidade de sonhos que deito por terra de cada vez que me nego!
Por onde anda o meu coração ao largo? a minha capacidade de deixar tudo e ir? a mminha energia contagiante?

Será que se vai com as nuvens?
Terá fugido com os meus medos?

Não vislumbro razão...

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